I'm Married? - Capítulo 02: I'm Fuck?

I’m Married?
(Por: Srta_Park)


Capítulo 02 — I’m fuck?

Sabe aquele momento em que você para pra pensar no quão merda a sua vida é, e chega a conclusão de que a resposta é óbvia: Completamente.

Pronto. Esse sou eu, e o momento é agora.

“Nossa, que exagero!”

Exagero é a minha mão na sua cara, porque não é você que está dentro de um avião à mais de duas horas, em plenas seis da matina de um sábado — Em que geralmente costuma ficar de bunda pra cima com a cueca dentro do rabo, virando a perna e dormindo a manhã inteira até o sol passar por debaixo das suas pernas, — com o destino ao inferno, sabendo que o capeta está a sua espera, e com um maldito gordo fedorento roncando e babando do seu lado!

Portanto, cale a sua boca antes de dizer que eu eu estou exagerando!

— Sai. De. Cima. De. Mim! — Rosnei baixinho mesmo sabendo que o estrupício seboso não estava me ouvindo; Quando ele se mexeu e encostou a cabeça no meu ombro.

Empurrei com as pontas dos dedos — Para não me contagiar com a baba dele, vai que eu pego aids! Se bem que… Eu não sou humano, então… — E ele roncou murmurando algo sobre não ter sido ele quem comeu o pé de porco da avó e se jogou do outro lado, roncando e babando no estofado da poltrona. Eca.

Gemi de nojo e me encolhi na minha poltrona do lado da janela, na classe econômica e pedindo a deus que eu acordasse logo e descobrisse que tudo aquilo era apenas um sonho de um dos meus dias de cio adormecido.

Ledo engano.



•    •    •




Andei murmurando besteiras pra mim mesmo, de cabeça baixa e arrastando as duas enormes malas de rodinhas prateadas pelo solo.

“E se eu pegar o primeiro avião agora e ir embora?! É só dizer que perdi o vôo!”

É. Realmente parecia ser o plano genial, e eu já estava ficando animado de novo.

Girei nos calcanhares com o sorriso de orelha a orelha, me preparando pra executar essa coisa linda de idéia. Porra! Eu sou genial!

— Soo?

É… Parece que não tanto assim…

Travei no lugar. Congelei mesmo, fiquei com cara de taxo e nem coragem para virar eu tive, após sentir todos os pelinhos insistentes do meu furico — esses que eu arranquei tudo ontem à base de cera quente. Trágico. — com aquela voz do caralho. Porra, é um locutor de rádio!

Como seriam os gemidos dele?

Porra, KyungSoo! Foco! Tenha foco!

— Soo? É você? — Fui tirado dos meus devaneios estranhos — Graças a deus — com uma mão quente e gigante pousada no meu ombro direito, e uma quentura anormal atrás de mim.

Sabe aqueles filmes de terror onde a doidinha burra escuta um barulho escroto atrás dela e vira a cabeça lentamente para trás?

O exorcista teria inveja de mim.

Virei o pescoço lentamente e senti uma coisa enorme tapando a luz dos meus olhos, atrás de mim.

Puta merda… Será que eu fui abduzido para um para um planeta de alienígenas gigantes e com orelhas enor…? Espera… Eu conheço essas orelhas!

— Chan-Chanyeol?! — Socorro. É o poste ambulante aqui? Meo dels!

Ele sorriu e sim, eu tive a confirmação. Aquele sorriso enorme que só faltava voar da boca alheia e me engolir por inteiro, não tinha como ser confundido. E o pior foi que, por um breve momento eu senti a minha respiração falhar e o meu coração acelerar — Igual no passado, quando eu costumava manter uma paixão platônica por esse ser — Mas, é óbvio, que foi só pelo susto, afinal, aquele sorriso enorme era assustador, óbvio.

Porém... Puta merda! E lá se vai o meu plano de fugir do inferno… Affs.

Se bem que esse capeta tá bem mais gostoso que antes e… Porra. Foco, foco Byun Do Kyung fudido Soo Mello!

— Soo! É você mesmo! — Socorro! Tem um gigante de dois metros e meio me amassando aqui! Alguém me socorre, polícia!

Affs. Como eu sou dramático.

É só o infeliz do Chanyeol me dando um abraço de urso e me sufocando… Puff.

Espera…

— Ei! Me larga, ô estrupício! — O empurrei com toda a minha força, aka a força de um anão de jardim… Cries, e ele se afastou fazendo um bico infantil enquanto me encarava. — O quê que deu em você?!

— Soo… Você não estava com saudades de mim? — O tom dele parecia tão magoado e os olhinhos brilhavam tanto que eu quase o abracei de novo e o pus em um potinho… Quase.

Mas é muita audácia mesmo!

— Por que eu teria saudades de tu? E que história é essa de “Soo”? Quando foi que eu te dei essa liberdade? Se situa, cara! — Soou rude mesmo, quem ele pensa que é? Rum.

Ah, mano… Não…

A carinha que ele fez quando eu disse isso me deu um aperto no coração que… Meu deus! Ele fez um beicinho tristonho trêmulo, os olhos enormes brilhando como se fosse chorar e a mão em um punho parada na frente da boca, como uma menininha envergonhada, e abaixou a cabeça… Porra!

— Q-Quer dizer… Chan… Chanyeol?! — Minha voz saiu como um fio. E se eu tiver realmente magoado ele? Toquei seu ombro e… Caramba, ele é alto pra burro!

Ah, como eu quero matar esse infeliz à bofetadas agora!

Ele levantou a cabeça me olhando divertido e esboçando aquele sorriso maroto — Ai. Ai. ai ai ai. Assim você mata o papai. Ai. Ai.  Ai ai ai. Que boca gostosa, eu quero…  Sorry… Não deu pra controlar. — de zombaria.

O infeliz tava de zoa com a minha cara, esse palhaço!

— Ah, seu desgraçado! — Esbravejei desferindo tapas no cretino, este que continuava rindo que nem uma gazela parindo um elefante. E se eu não tivesse notado que metade do aeroporto nos encarava, teria matado ele ali mesmo.

— Ai. Ai. — Ele limpou uma lágrima no canto dos olhos e me encarou, ainda risonho. Ô desgraça. — Você é tão inocente, Soo!

Inocente? Meu pau. Rum.

— Eu não sou inocente! Sou muito experiente… Rum! — Indaguei cruzando os braços e fazendo um bico quase que inconscientemente ao inflar minhas bochechas; Agora essa desgraça ambulante vai se sentir tão intimidada que vai me deixar em paz!

— Experiente? — Riu nasalado — Uhum, vamos fingir que eu acredito.

Não deu muito certo não… Quem sabe numa próxima vez!

— Me sinto tentado a ir lá na cozinha e pedir uma faca para uma das cozinheiras… Farei bom proveito dela na tua garganta, infeliz!

Ele riu. Porra, eu tô tentando te intimidar aqui, colabora, cara!

— Tão fofo! — Se aproximou perigosamente e apertou minhas bochechas. Me esquivei.

Quem ele pensa que é? Rum!

Só porque agora tá bem mais alto que antes — Insira vários “e” nesse “bem” — e, consideravelmente mais bonito… — Tá. Ele tá lindo, admito. Lindo e gostoso… Pera… Quê? — Acha que pode sair me tocando? Não é assim que a banda toca, meu filho!

— Não me toca, encosto! — Reclamei, dando tapas na sua mão e ele a retirou sorrindo. — Para de rir! Não tô vendo nenhum palhaço!

— Verdade… Não tem nenhum palhaço aqui, só um garotinho inocente e fofo que só quer ser gente e saber intimidar… Tadinho. — Zombou. Não me segura que é hoje que a minha mão faz um voo certo e sem atrasos e vai pousar na sua cara!

— Ah, quer saber? Cansei. — Bufei e ele arqueou uma sobrancelha. — Você me fez vir até aqui, eu dei o ar da minha graça para a sua pessoa, mas já deu e vamos parar com essa palhaçada, tchau Chanyeol. Até nunca mais! — Empinei o nariz e já estava bem ancho dando as costas e crendo com fé que ia poder ir embora dali.

Ledo engano.

Assim que eu girei nos calcanhares todo ancho e exibido — Dois beijos — uma dor maldita veio subindo pelo meu tornozelo e eu tombei quase caindo, se não fosse por um corpo indesejado que me segurou.

Porra. Eu torci o tornozelo.

— Ai, merda! Ain… — Soltei um muxoxo seguido por um gemido de dor e me arrependi no segundo seguinte quando um risinho veio por parte do “meu salvador”. — Tá rindo do quê, inferno?!

— Seu gemido é tão bonitinho… — E riu. Que ódio!

Juro que se essa coisa não estivesse sendo o meu ponto de apoio agora, eu quebrava os ossos desse estrupício de cabrita estonteante.

— Olha aqui, melhor você calar a boca logo, antes que eu vá logo embora daqui e mande se explodir a porcaria dessa tradição! — Ameacei bufando e sentindo meu rosto quente de ódio e ele sorriu.

— Quanto ódio no coração! — Reclamou e eu semicerrei os olhos em sua direção ainda soltando muxoxos baixinhos. — E não é como se você tivesse alguma escolha. — Riu.

— Ah é?! — Respondi indignado e o empurrei. Cambaleei um pouco mas consegui me equilibrar precariamente. — Porra nenhuma que eu vou casar contigo e tradição nenhuma vai me obrigar! — Dei as costas e já estava me preparando para ir embora dali e mandar toda essa porra ir pastar. — E eu vou embora!

Ledo engano³…

Park cretino Chanyeol fez o favor de segurar o meu pulso, impedindo-me de mover um músculo sequer e me fez encará-lo.

Estremeci quando olhei para seu rosto e constatei uma expressão diferente. Ele estava sério e firme, seus olhos negros e tinham um brilho diferente ali… E então, ele sorriu. Um sorriso carregado de luxúria e segundas, terceiras e quartas intenções.

Engoli a seco.

— Primeiro, que já estamos casados. — Ele foi se aproximando lentamente de mim. Prendi a respiração e me encolhi a medida em que ele se aproximava cada vez mais e o aperto em meu pulso se intensificava. — Segundo, se tradição nenhuma te obriga, eu faço questão de o fazer. — Arregalei levemente os olhos, sem conseguir quebrar contato consigo, ou sequer me afastar. Ele parou bem de frente pra mim, o rosto inclinado para ficar na minha altura. Levou sua boca até meu ouvido e encostou os lábios no local, fazendo sua respiração quente tocar no mesmo e seu cheiro forte e amadeirado penetrar-me as narinas. — E terceiro… — Sussurrou, respirando fundo e soltando o ar pela boca. — Você não vai a lugar algum.

Eu gelei. Congelei mesmo.

Caralho, que voz é essa Chanyeol? Quando foi que esse infeliz ficou tão… Sexy?

Mano… Quê que eu tô pensando…

Bem, enquanto eu permanecia paralisado, incapaz de falar até o dia de minha morte (Tá. Tô exagerando, mas deixe-me com o meu drama. Rum.) O canalha se afastou de mim — E eu juro que essa sensação estranha que eu senti, como se o calor emanado desse corpo me fizesse falta, é fome. — e sorriu, antes de virar e olhar para um loiro alto — Nesse mundo só tem postes?

Mano… Quando foi que esse cara apareceu, ou ele já tava aí o tempo todo?

— Kris. Leve as malas do KyungSoo para o carro, iremos logo em seguida. — Cara. O tom dele foi tão sério e firme que me deu uns coiso. Mas calma que foi só de leves. Bem de leves.

O poste loiro — Que tinha uma boquinha linda, admito — Se reverenciou e ia já ia se saindo, quando eu o reconheci.

— Espera… — Chamei-o e ele se virou me olhando. Cara… Que olhar! — Fan? — Perguntei receoso e ele abriu um sorriso mínimo, confirmando. Eu bati minha mão na outra e sorri. — Cara, é você mesmo! A quanto tempo!

— Verdade, baixinho. — Sorriu. — Faz um bom tempo.

Chanyeol olhou pra mim, olhou pro Fan e voltou a olhar pra mim com um olhar de: “Que porra é essa, KyungSoo?”, e claro, eu nem dei a mínima e continuei sorrindo pro outro. Ele tá ainda mais alto, affs.

— Desde quando vocês são próximos? — Indagou arqueando a sobrancelha e eu nem me importei.

— Ah, o Fan costumava ir sempre lá em casa, misteriosamente sempre que o Tao estava lá. — Eu sorri e o alfa fez o mesmo, só que meio envergonhado e Chanyeol murmurou um “Ah, bom.”

— Sim. — Sorriu. — Foi bom te ver, Pinguinzinho. — Chanyeol o fuzilou com os olhos por causa do apelido mas o chinês nem sequer ligou — Então. — Se curvou, pegou as malas e saiu levando-as ao carro, obedecendo ao Chanyeol.

— “Pinguinzinho”? Me explica essa porra direito, agora, KyungSoo! — Eu revirei os olhos. Se isso foi ciúmes, é o cúmulo e o fim da picada.

— Já disse. O Yifan vivia indo lá em casa pra flertar com o Tao, e acabamos virando amigos. — Revirei os olhos e ele murmurou algo que não dei atenção. — E além do mais, não é como se você tivesse alguma coisa a ver com isso.

Me afastei dele e já ia dando as costas pra seguir o mesmo caminho que o outro fez à segundos, mas um braço ao redor da minha cintura, e um corpo quente sendo colado ao meu, impediu-me de realizar essa proeza.

— Ei. O que você acha que está fazendo?! — Tentei o empurrar, mas o mesmo me apertou ainda mais. Sua expressão era séria e firme, como a de um verdadeiro alfa lúpus e eu engoli em seco. — M-Me solta, Chanyeol! — Pedi, mas o mesmo sequer cogitou acatar ao meu pedido. Em vez disso, ignorou-o totalmente e com uma mão atrevida, segurou o meu queixo, forçando-me a olhá-lo.

— Só vou dizer uma coisa, por enquanto. — Começou e eu nem pude abrir a boca para falar ou retrucar algo e ele continuou. — Queira você ou não, você é meu agora. E eu não vou permitir que você me falte com respeito. — Eu juro que tentei retrucar um “Você não manda em mim!” ou ao menos, desviar o olhar, mas os seus olhos negros e intensos impediu-me de esboçar a mais mínima das reações.

A mão que segurava firme o meu queixo, subiu minimamente pelo meu rosto, fazendo seu polegar acariciar os meus lábios como se estivesse querendo checar se eles eram realmente macios ou não. Meus olhos estavam focados nos seus, mas os semelhantes pareciam vidrados demais acompanhando cada movimento de seus dedos sobre a minha boca, até que, ele voltou a me encarar.

— E eu não vou deixar ninguém tocar naquilo que me pertence. — E em frações de segundos, a expressão intimidante se dissipou e um sorriso ladino de fez presente. — Espero que tenha sido claro.

E então, ele se afastou, sorrindo e voltando ao modo como estávamos antes. Não vou mentir, eu estava era com medo do que esse psicopata lunático poderia fazer… Alguém me tira daqui!

Mas como o universo ama o meu cu, eu não podia abusar muito da minha língua solta ou do meu modo “Não me toque ou eu corto seu pinto!”, no momento. Portanto, tentei fazer o mais sensato; Ir logo embora daqui e rezar para que tudo seja um dos meus sonhos — Não que eu costume sonhar com esse orelhudo, não, claro que não! Mas… Ah vocês entenderam! — Portanto, como eu disse anteriormente, o universo gosta muito do meu cu, e então, uma certa mão me parou de novo.

— Já não basta foder com a minha vida, seu filho da puta! O que mais você quer agora?! — Esbravejei mesmo. Tava irritado, poxa!

Mas, como o mundo parece conspirar contra mim, todo mundo olhou para a gente naquele momento. Senti meu rosto queimando e com certeza, eu estava mais vermelho que um pimentão. E a desgraça em pessoa, estava rindo e se divertindo com a minha desgraça.

— O-O que é?! — Indaguei ainda nervoso e irritado.

— Calma, baixinho! — Riu. — Eu acho melhor você tomar cuidado com esse tornozelo, vem. Eu vou cuidar de você.

Corei e bufei, ah, mas que idiota!

— Não precisa, eu tô bem. — Tentei fugir. Bom, só tentei mesmo.

— É claro que você não tá bem. — Se aproximou. — Seu tornozelo está vermelho e inchado, você está suando e fazendo careta de dor, além de que está mancando. — Putz… Que ódio. — Não adianta querer bancar o fortão, Soo. Eu te conheço muito bem.

Eu ergui o meu dedo no ar e abri a boca pra falar qualquer coisa, mas fui interrompido por um braço rodeando a parte um pouco abaixo das minhas axilas e outro em minhas coxas, me levantando ao estilo noiva.

— Ya-Yah! Me larga, me põe no chão! — Ele nem me deu ouvidos, e continuou a me carregar daquele jeito, enquanto todo mundo olhava pra gente e ele sorria adorando ver o meu estado constrangido.

Tentei cobrir meu rosto com as mãos, para dissipar um pouco a minha vergonha e bochechas rubras, mas o infeliz me sacolejou um pouco fazendo parecer que ia me deixar cair e, por impulso, acabei rodeando seu pescoço com os meus braços e escondendo minha cabeça no pescoço alheio.

Péssima idéia.

Puta merda… Que cheiro… Maravilhoso… É esse?!

Acabei tendo que prender a respiração antes que fizesse merda — Mais do que já faço — e estava quase morrendo já, quando senti meu corpo ser colocado em um estofado confortável; O banco do carro dele.

Eu enfim, soltei o ar e tentei regular minha respiração ouvindo uns risinhos bem afrontosos, mas que por hora, irei deixar passar, e me surpreendi quando vi ele se abaixar e senti essa mão quente tocando o meu tornozelo.

— Yah, o que está fazendo? — Puxei levemente meu pé, mas ele segurou de novo e começou a mexer no mesmo. — Ah, ai!

— Acho que não é tão grave. — Disse, repentinamente sério. — Você só torceu. Só é preciso ter mais cuidado e não movimentar muito, ok? — Eu assenti, ainda meio confuso e vi ele pegar alguma coisa de dentro do carro e trazer uma caixinha branca pra perto.

— Você traz isso dentro do carro?

— Nunca se sabe o que pode acontecer. — Sorriu me olhando. — Vai que algum esquentadinho tenta fugir de mim e acaba se machucando?

— Olhe aqui seu…

— Pronto. — Me cortou, soltando meu pé, agora enfaixado, pra dentro e me ajeitando no banco. — Só precisa ter cuidado, baixinho.

— Não me chame de baixinho! — Rosnei e ele riu ladino.

— Já disse o quão erótico é quando você rosna? — Ele se inclinou levemente e eu me afastei, ainda o olhando com fúria. — Calma, calma, baixinho. — Sorriu se afastando e eu ainda o fuzilei com o olhar. — Ei, eu estou brincando. Paz, vamos ficar na paz.

Uhum… Sei…

— Tá, tá. Agora vamos logo.

Ele sorriu e fechou a porta do carro — Que por sinal era lindo… Caraca! — e deu a volta, entrando no banco do motorista e sorriu, me olhando antes de girar a chave do painel, colocar o cinto e fazer menção de por o meu — Claro que eu não deixei, oras, não sou nenhum inválido. — E logo em seguida, pisou no acelerador e arrancou com o carro.

Rumo ao inferno.

Rumo a minha nova vida.



•    •    •




— Baek? — Chamei assim que entrei na casa, mas nada ouvi.


O Chanyeol sorriu, arrastou minhas malas pra dentro e voltou a me apoiar — Mesmo contra a minha vontade — pelos ombros.

A casa era enorme mesmo, a aldeia mudou muito nos últimos anos, mas eu não parei para visitar ninguém ainda porque está muito cedo e — segundo o alfa — todo mundo está cansado por causa da caçada coletiva de ontem.

— Baek? — Chamei de novo, nada. Eu me virei para o Chanyeol emburrado e o mesmo sorriu, dando de ombros e me guiou pra dentro de casa.

— Ele deve estar tomando banho, quando eu saí, ele tinha acabado de acordar, mas você sabe como é seu irmão. — Sorriu.

Verdade, aquele ali por cama, só Jesus na causa!

— Você deve estar com fome. Vem.

Não neguei, afinal, comida é comida. E além do mais, a comida do avião é uma porcaria e eu estava realmente morrendo de fome.

Novamente, eu fui erguido e segurado por aqueles braços fortes e másculos e carregado até a cozinha.

— Você sabe que eu não sou nenhum inválido, certo?! — Indaguei raivoso. Se tem uma coisa que eu detesto é quando alguém me faz parecer frágil e dependente.

Ele apenas deu de ombros.

— Sei. Não me importo. E além do mais, você não está em condições de exigir nada agora. — Sorriu maldoso. Ah, maldito.

Murmurei em reclamação ele apenas continuou o que fazia, ainda sorrindo. Ao chegarmos no cômodo — Enorme. Caralho, o que danado esse povo tem na cabeça?! Essa cozinha é maior do que a minha casa inteira! Credo. — Ele me pôs sentado em cima do balcão e se virou, indo até o fogão.

— Nossa, o grande alfa líder maioral, Park Chanyeol, cozinhando? — Debochei mesmo, mas ainda tinha uma pitada de surpresa no meu tom.

— Quem disse que um alfa líder maioral não pode saber cozinhar? — Riu e eu dei de ombros, pegando uma maçã em cima da tigela de frutas e mordendo a mesma — E além de que, quando se tem um Baekhyun como ômega, o mínimo que você tem que saber é fazer, pelo menos, um macarrão. — Sorriu divertido e eu o acompanhei.

Realmente, o Baekhyun é uma negação na cozinha. É capaz dele tacar fogo no fogão se tentar fritar um ovo.

— Yah! Eu fico um segundo fora e os senhores já estão a falar mal da minha bela pessoa? — Meus olhos brilharam e um sorriso involuntário se formou no meu rosto quando eu ouvi aquela voz tão conhecida.

Foi questão de segundos, em um eu virei o rosto e observei o dito cujo usando apenas uma camisa branca enorme — Que julguei ser do Chanyeol — e os cabelos molhados, já em outro, o meu irmão já se encontrava entre as minhas pernas e nos beijávamos afoitos e intensos.

Um beijo com direito a mordidinhas no inferior, chupadas na língua e saliva escorrendo.

Ah, mas não se preocupem, isso é só um cumprimento normal entre nós dois. — Culpa do Baek, que me fez se acostumar com tal ato.

Nos separamos quando o pulmão passou a gritar por ar, e nos encaramos sorrindo e respirando de boca aberta enquanto um filete de saliva nos ligava.

— Senti sua falta. — Ele me disse, risonho e manhoso enquanto me abraçava com a cabeça em meu pescoço.

Eu sorri e o correspondi com um sorriso e afaguei seus cabelos castanhos ouvindo ele quase ronronar com o carinho.

— É, eu sei. — Sorri e ele fez um bico manhoso. Eu selei seus lábios sorrindo. — Tá bom, eu também senti sua falta. — Confessei.

Ele sorriu também e permanecemos nos encarando intensamente.

Um pigarro chamou nossa atenção e então, encaramos um Chanyeol nos olhando boquiaberto.

— Ahn… Wow! — Esbravejou sorrindo malicioso. — Vocês são sempre assim?

Eu fiz uma careta e franzi o cenho levemente irritadiço com o tom malicioso que ele usara, mas o Byun mais velho apenas sorriu da mesma forma que o marido e deu de ombros.

— Vocês estavam falando mal de mim antes de eu chegar, não é? — Fingiu irritação — Ingratos!

— A gente só tava falando a verdade. — Sorri e ele semicerrou os olhos.

— Rum! — Murmurou roubando a minha maçã e comendo enquanto se sentava ao meu lado. — Pelo menos agora eu não vou mais ter que aguentar essas gororobas que o Chan faz. — Sorriu e o alfa o olhou com um bico irritado. O garoto o mordeu risonho.

— Vai cuspir no prato que comeu agora que seu irmão chegou é?! — Reclamou e o Byun deu de ombros divertido e deu a última mordida na — minha — maçã.

— Não, amor. — Sorriu. — Mas convenhamos que… Você como cozinheiro é um ótimo brocador.

Eu arregalei os olhos e corei dos pés a cabeça com a malícia da frase e ambos sorriram cúmplices ao ver o meu estado constrangido.

— Yah, não precisa ficar desse jeito, Soo. — Sorriram e eu fiz um bico emburrado. — Tá parecendo um morango. — O meu irmão apertou minhas bochechas e eu dei um tapinha em sua mão.

— Um morango muito gostoso se quer saber. — Riu.

— Chanyeol! — Gritei envergonhado e ele apenas deu de ombros sorrindo cúmplice com o ômega.

— Yah, eu estava brincando. — Sorriu.

— Não me interessa. — Cruzei os braços e o encarei com raiva.

— Ei, vamos tentar manter a paz. Agora vamos ter que conviver todos juntos. — Sorriu amigável e estendeu-me a mão. — Então, amigos?

Ponderei em dar um tapa naquela mão grande e atrevida e desenhar um “Não” em letras rosa-choque neon na minha testa. Mas ao olhar para sua expressão, aparentemente esperançosa, acabei suspirando e tocando em sua mão.

— É. Porque não? — Dei de ombros e ambos sorriram.

— Então, eu vou me vestir, volto já. — E dito isso, meu irmão se retirou sorrindo e eu assenti fazendo o mesmo e descendo da bancada, indo em direção aos bancos da mesma.

É, porque não, não é mesmo?

É melhor tentar ser “amigo” e manter a convivência com esse poste do que viver em pé de guerra. Além do mais, ele é esposo do meu irmão, não deve ser tão ruim, certo?

Estava pronto para me virar e propor uma trégua de paz entre nós dois, para que a convivência não seja tão ruim.

— Chanyeol… — Me virei, mas calei-me ao notar o quão próximo ele estava do meu corpo.

Ele se aproximou ainda mais e colou seu corpo no meu, eu engoli em seco quando seu rosto se aproximou do meu e seu polegar acariciou a minha boca ao mesmo tempo em que uma mão quente subiu pela lateral da minha coxa e pousou na minha cintura.

— Chan-Chanyeol, o-o quê…? — Ele sorriu ladino e dirigiu seu olhar carregado de luxúria e más intenções ao meu, surpreso e amedrontado.

Um arrepio percorreu-me a espinha quando sua mão desceu de minha cintura e voltou a acomodar-se em minha coxa direita, e apertou o local arrancando um gemido baixo de surpresa e um sorriso vitorioso de sua parte.

— Vamos nos divertir muito, gracinha. — E dito isso, voltou a se afastar e fingir que nada aconteceu, me deixando estatelado e boquiaberto no mesmo lugar.

Treze letras, seis sílabas, três palavras, uma frase;

Eu estou fodido.

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