I'm Married? Capítulo 01 - I'm Back?

I’m Married?
(Por: Srta_Park)

Capítulo 01 — I’m Back?


À cerca de mil anos atrás, os humanos entraram em alerta e temeram uma possível terceira guerra mundial por conta da revolta da população e alguns países querendo se rebelar.

Os países comunistas começaram a recrutar outros países formando uma aliança e se fortificando, visando tomar o poder dos países capitalistas e, destruir, principalmente à sua “sede”, os Estados Unidos da América. Durante diversas décadas, passaram a esconder-se e se tornarem mais fortes sem deixar o conhecimento ao mundo. O porte de armas e bombas nesses países se tornaram cada vez mais fortes e frequentes.

Mas, os Estados Unidos, como de costume, infiltraram espiões nos países inimigos e, depois de vários anos, descobriram as ameaças de guerra e, temeram a perda do poder mundial que já possuíam.

Graças à isso, os Estados Unidos entraram em alerta e resolveram tomar precauções contra esses possíveis ataques, formando aliança com mais países e buscando formas diversas de tornar-se mais forte; Mas, além de aumentar a diversidade e fortalecer seu porte de armas e bombas, focaram em um objetivo; Tornar o seu exército mais forte.

Para isso, buscaram e juntaram uma equipe de historiadores e cientistas para trabalharem em consenso e desenvolverem uma fórmula para fortalecer os humanos. Os historiadores alegaram e provaram que, os “antigos humanos”, ou seja, as espécies que antecederam os homo sapiens, apesar de possuírem menos inteligência do que hoje, a força física e capacidade de sobreviver em ambientes alternados, eram mais fortes; E com isso, passaram a estudar formas de transmutar os genes humanos, com de outras espécies com a ajuda dos cientistas e estudiosos da matéria.

Depois de anos e anos de estudos, decidiram que a melhor espécie para ser cruzada com os seres humanos seriam os lobos; Por serem animais de grande porte físico, força. Terem grandes capacidades de estratégia, de comando inteligente e lealdade à seu líder. Mas, principalmente, por sua excelente capacidade de reprodução, ato que geraria mais pessoas e, consequentemente, mais força e exército.

Passaram cerca de três séculos estudando à fórmula e, finalmente, o cientólogo Harold Howards e o cientista James P. Sudwer, juntamente ao historiador sul-coreano Moon Myung Jin, conseguiram realizar com perfeição a sua fórmula e após os testes com as cobaias derem positivo, conseguiram concluir com sucesso sua fórmula.

Deram-lhe o nome de Omegaverse. 



O poder absoluto dos E.U.A mantiveram segredo de toda a população, sua estratégia. E até então, os países inimigos não tinham conhecimento de que os países capitalistas estavam muito bem preparados para uma possível terceira guerra mundial e ainda se planejavam com calma.

Não demorou para que a fórmula estivesse sendo produzida em altíssima quantidade e distribuída por toda a população Norte-americana e Sul-coreana — Os países líderes do conceito estratégico — em forma de vacina contra a gripe, e logo, as mudanças na população começaram a ser notadas.

De início, tudo ocorreu normalmente, como o planejado. As crianças estavam obtendo mais sucesso e se tornando mais inteligentes em sua vida acadêmica, assim como os desenvolvimentos tecnológicos foram se tornando, magicamente, mais frequentes; Devido ao vírus de mutação genética que melhorava a capacidade de inteligência. As pequenas guerras eram facilmente ganhas devido às grandes capacidades estratégicas, o aumento da força física dos humanos infectados e, principalmente, por conta da facilidade com que os seres mutantes tinham de aprender facilmente as técnicas. Não demorou muito para que, os dois países se tornarem altamente fortes e invencíveis. Além de que, as pessoas passaram a engravidar mais e a população aumentou, sendo que os filhos já gerados no vírus eram ainda mais fortes do que seus pais.

A vacina passou a ser levada para os outros diversos países membros do movimento capitalista, mas ainda assim, a maior concentração dos seres mutantes permaneceram na Coréia do Sul e nos Estados Unidos; Como o planejado.

Porém, a calmaria durou apenas cerca de dois séculos; As crianças que já nasciam com o vírus em suas veias, cresceram e foram dando a luz à mais crianças mutantes; E cada vez, o vírus era absorvido mais profundamente pelo corpo, até que, se desenvolveram tanto ao ponto de que se tornaram parte dele e, as mudanças mais drásticas começaram a ser notadas; Pois, inexplicavelmente, alguns homens estavam engravidando.

De início, a população assustou-se, mas com o incentivo da mídia passaram a acreditar ser um milagre. Os cientistas, porém, não acreditaram em tal fato e passaram a estudar mais a fundo; As crianças estavam nascendo diferentes, haviam homens com o sistema de fecundação feminino, com úteros. E havia mulheres — Mesmo que raras — Que possuíam espermatozóides e conseguiam engravidar outras mulheres. Mas, mesmo que fossem muito raros espécies assim, passaram a temer e buscaram-nas, e prenderam-nas para estudos.

O mundo entrou em caos; Depois de mais estudos afinco, denominaram as espécies da nova geração em: Ômegas, Alfas e Betas.

Estudaram os novos tipos de espécies afinco, e mantiveram-nas presas em laboratório; Como animais perigosos e irracionais, mas sem deixar eles perceberem.

Montaram um cenário perfeito, quase como uma outra cidade. Uma floresta, grande e bem organizada e mantiveram todos os capturados ali, mas eles acreditavam estar livres enquanto, na verdade, estavam cercados e presos, em uma jaula cheia de câmeras.

Segundo os estudos, Os da espécie Ômegas — Independente de ser homem ou mulher — podiam engravidar; Ambos possuíam úteros. A maioria eram mais meigos e doces, gostavam de flores e coisas bonitas; Muitos deles viviam fazendo coroas de flores para pôr sobre as cabeças e possuíam bastante capacidade para artesanato e cuidado maternal. Além de que, eram mais manhosos e fracos, no quesito de temerem e sempre abaixar a cabeça quando lhe é “devido”.

Os alfas, eram os seres mais interessantes para a maioria dos estudiosos; Era potentes, fortes e firmes. Costumavam mandar e não serem mandados, lutavam quando alguém os contrariava e, principalmente, possuíam o dom da voz; Um timbre interessante e forte que faziam qualquer um da espécie ômega, lhe obedecer e abaixar a cabeça para si.

E por último, havia os betas; Era a minoria daqueles seres, e os mais confusos; Não possuíam muito em especial; Não eram os que comandavam, e nem os que obedecem prontamente; Eram neutros, porém, possuíam o dom da estratégia e inteligência aguçada.

Outra coisa interessante que os estudiosos logo notaram, era que, a partir dos dezesseis anos, os alfas e ômegas, possuíam algo parecido à um cio; Ficavam descontrolados e enlouqueciam todos da espécie opostas, precisavam loucamente de sexo e, geralmente, realizavam o ato durante cerca de uma semana com intervalos de poucas horas e ocorrem de seis em seis meses.

Mas, certo dia, o líder da equipe dos cientistas; Kim Han Won, informou às equipes superiores que aqueles seres eram perigosos e ameaçavam o futuro da humanidade, devido à sua força e capacidade elevada à de um humano normal; E com isso, decidiram um massacre.

Porém, uma noite antes do dia em que planejaram a execução, Do Young, o ômega, estava, como sempre, andando por cima das árvores que tinha em seu habitat, de madrugada e sozinho. Acabou encontrando, um local mais estranho e escuro; Como o bom curioso que era, resolveu ir até lá. Surpreendeu-se ao dar de cara com um vidro preto e escuro, se desesperou e ficou curioso. Porém, por um descuido que os humanos não notaram, havia uma pequena brecha entre uma parede de vidro e outra, por conta de uma árvore enraizada no local.

Do Young, sempre havia desconfiado do que estava havendo,já que, antes de ir parar naquele lugar, lembrava de quando era criança — Devido à uma falha médica quando foram apagar sua memória como fizeram com os outros —, por isso, atravessou a árvore, vendo assim, duas entradas; Uma era algo parecido com uma floresta também, mas era aberta e a outra, havia uma porta, ele adentrou na porta e apenas correu; E então, em certo lugar, pôde ouvir — Devido à sua audição mais forte do que a dos humanos — e descobriu, o que planejavam fazer com “seus irmãos” e o motivo de sua existência

Correu de volta e, com muito esforço e cautela, conseguiu voltar para dentro pelo mesmo lugar. Chamou a todos e avisou-os do que estava havendo. Como o esperado, nenhum deles lhe deu ouvidos.

Afinal, quem iria ouvir à um ômega que à anos era rejeitado pelo próprio marido alfa?

O garoto se desesperou, mas então, era sua última opção; Mesmo que morresse durante ou depois do trajeto, teria que salvar as crianças de quem cuidava. Pois sim, o ômega era muito bondoso e costumava cuidar de todas as crianças que perdiam seus pais ou eram abandonadas naquele lugar, e foi por conta de tamanha bondade, considerada “fraqueza” pelo alfa, que fora rejeitado pelo marido.

E assim, às escondidas, arrumou as suas coisas e à das cinco crianças — Dois ômegas, dois betas e um alfa — e planejou, partirem assim que amanhecesse.

Para o fim de seus planos, fora acordado de madrugada com a chacina. Gritos de terror ecoavam por todo o ambiente e o cheiro de sangue impregnava. Desesperou-se ao ver que, os humanos haviam mudado de idéia e estavam os matando naquela noite mesmo.

Pegou as crianças e correu, com sua vida, até ao local por onde eles poderiam sair.

Correu e conseguiu chegar até lá, mas antes que pudessem atravessar, ele viu dois humanos virem em sua direção com as seringas. Desesperou-se, mas era a única opção.

Mesmo que elas chorassem e pedissem para ficar, ele ordenou que elas fossem sozinhas, obrigou-as a entrar pela árvore e avisou o caminho — Este que havia descoberto antes de voltar para o habitat — e as alertou para se esconderem dos humanos e então, voltou, para distrair os humanos e não deixar eles notarem a fuga dos pequenos.

Após isso, as cinco crianças que. fugiram do habitat da Coréia do Sul sobreviveram, enquanto todos os outros da espécie, foram assassinados.

Anos mais tarde, aquelas crianças cresceram e foram procriando, passaram a organizar tribos e se fortalecerem. Alguns séculos mais tarde, já estavam em enorme número e, novamente se tornaram muito mais fortes do que reles humanos.

Já não tinham mais medo deles, mas ainda assim escondiam sua existência; Mesmo aqueles que passaram a viver entre os humanos, vivem escondendo sua verdadeira natureza.

Cada tribo foi se fortalecendo e aumentando, cada uma possui suas regras e tradições; Cada uma possuía um alfa líder, aquele que comandava a matilha, o poder era passado de pai para filho, era patriarcal, e as crianças eram treinadas desde jovem para fortalecer a tribo.

A menor e menos conhecida — Entre os lobos — matilha da Coréia era localizada na província de Gwangju, e era, atualmente, governada pelo alfa Park Kwon Yeol; E este, percebendo que sua matilha estava perdendo as forças devido à pouca quantidade de descendentes que nasciam, criou a nova lei;

Quando o alfa líder se casasse com um ômega, todos os irmãos solteiros e de mesma classificação de seu esposo, automaticamente, se tornaria casado consigo também.

Em outras palavras, o alfa líder se casaria com todos os irmãos ômegas — que fossem solteiros — de seu esposo. Mas para não haver desavenças entre os entes fraternos, o ômega que se casasse com o alfa, também estaria automaticamente casando-se com todos os ômegas dele, com os seus próprios irmãos.

Para que, assim, houvesse “mais úteros”, ou seja, mais procriação.

E essa tradição obteve sucesso, considerando que, em menos de meio século, a menor matilha, tornou-se a maior e mais forte de toda a Coréia do Sul;



•    •    •


23 de Janeiro de 3018

Seoul — South Korea


— Baekhyun, cala essa matraca e me explica que droga está acontecendo, pelo amor de T.O.P! — Eu já estava agoniado com essa animação toda e essa ladainha sem sentido que o louco do meu irmão, do outro lado da linha, estava tendo ao me em plenas seis da matina. Ele resmungou alguma coisa sobre o “quão chato eu sou”, mas, graças a deus, se pôs a explicar.

Soo, meu irmão querido e amor de minha vida! — Fez aquela pausa dramática de sempre — Você vai voltar ‘pra casa!

Parei.

Raciocinei brevemente.

E continuei com a mesma expressão de sempre.

Nem um pouco animado.

— Não. — Respondi sem um pingo de emoção. — Não vou, não.

Como assim, não? — Riu debochado. — Você não tem escolhas, meu querido!

É o quê?!

Do que diabos esse estrupício está falando aí?

— Do que você tá falando, Baekhyun? — Perguntei arqueando a sobrancelha e massageando as têmporas com a ponta dos dedos e me sentando na cama. Ele riu mais uma vez.

O Chanyeol já sabe, Kyung. — Franzi o cenho e pelo barulho que veio do outro lado da ligação, deduzi que o estrupício estava dando pulinhos animados. — Que você já ganhou sua classificação e que é um ômega!

Espera, deixa eu processar a informação… Quê?!

— Ô seu estrupício, explica essa droga direito antes que eu enfie esse celular pelo seu cu. — Sim, super amável. Não gostou? Faz que nem o Kris e me processa! — O que o orelhudo metido a líder tem a ver com a minha classificação?

Affs, você é lento, hein! — Bufou e depois riu debochado. — Sinto muito meu amor, mas agora nós três estamos casados e você vai vir pra cá esse fim de semana!

Espera, deixa eu processar a informação²…

Como assim? Eu… O Baek, ele…?

— Baekhyun, você… Você casou com o alfa líder?! — Gritei me levantando afobado e ele resmungou.

Diz que não. Diz que não! Porra, diz que não!

Ain… Soo! — Fez manha. Esse desgraçado! — Não grita comigo não, que eu choro!

— Que chore e se acabe, seu cretino! — Esbravejei e ele resmungou inconformado — Diz que não, diz que você não fez essa merda!

A pois… Sinto muito. — Sorriu debochado. — E, sim. Eu casei com o Channie, sim. Nós nos amamos, poxa! — Eu me sentei na cama de boca aberta, sem acreditar. — Ain, Soo. Deixa de coisa, vai ser legal!

Bufei e me joguei na cama, me esperneando e chutando o lençol.

— Eu não acredito, Baek! — Choraminguei — Você fez isso de propósito, não foi?! Foi pra me ferrar, não foi?! — Rosnei e ele riu anasalado. — Foi você que contou pra ele que eu virei ômega, não foi?!

Own… Soozinho! Você sabe que eu te amo e jamais faria isso, né?! — Rosnei e ele riu — Mas, sabe… Às vezes a minha boca não me obedece e, quem sabe, assim… bem sem querer mesmo… Puft! Contei.

— Eu vou te matar, seu cachorro filha duma’ mãe! Eu vou te matar!

Ele riu. Ele riu da minha cara!

Esse filho da puta!

Mata nada! — Debochou — Você não vai querer matar um dos seus maridos, não é mesmo?!

Ah meu deus… Socorro!

Como é que eu… Euzinho aqui, agora sou casado com meu próprio irmão e, ainda por cima… Sou o segundo esposo de Park Chanyeol, o alfa lúpus líder da matilha?!

Socorro! Eu quero morrer..!

— Ah não, Baek! Pelo amor de deus — Choraminguei — Inventa qualquer coisa… Diz que eu morri! Mas eu não vou, eu não posso me casar com o Chanyeol!

Ah, queridinho do meu core… Sinto muito, mas o Channie é muito rígido quanto às tradições, sabe?!

— Não. Eu não sei. Eu só sei que quero enfiar minha mão na sua cara, seu maldito! — Ele riu e eu me desesperei.

Deixa de coisa, amor. Não vai ser tão ruim assim! Vai ser legal! Imagina só… Nós três juntos?!

Crendeuspai’... Me segura!

— Não vai ser tão ruim assim?! Não vai ser tão ruim assim?! — Gritei, me levantando de novo e ficando de pé em cima da cama. — Olha aqui, você sabe que aquele maníaco não vai deixar a gente em paz! Você não lembra o que ele fazia com a gente antigamente?!

Apelei, lembrando-me do início da minha adolescência quando nós éramos pobres pré-adolescentes sem classificação — Eu com treze anos e o Byun com quatorze —, e o infeliz do Chanyeol, já com toda a sua aura por ter acabado de se descobrir alfa, ficava dando em cima de mim e do Baek ao mesmo tempo. Dando em cima não, ele praticamente comia a gente com os olhos, jogava cantada e, a maioria das vezes, ainda ficava passando a mão em mim e no Baek.

É lógico que eu brigava e fugia de toda as suas investidas querendo me comer, até porque eu sabia muito bem da fama de ninfo que aquela praga tinha — Mesmo com somente dezesseis anos — e do quanto ele era tarado e galinha, mas o Baekhyun sempre foi um safado sem noção e adorava quando o Park vinha pra cima de si. Aposto que se não fosse eu com toda a minha capacidade para tirar o mané dali, sempre que via o Chanyeol praticamente transando com ele durante as nossas aulas e treinos, aposto que o Chanyeol tinha comido ele antes mesmo da classificação.

E pensar que antigamente, eu fui trouxa o suficiente pra ter uma paixão platônica por aquela praga… Graças à Deus que eu abri meus olhos.

O infeliz apenas riu nostálgico.

— Olha aqui, se você gosta de ser arreganhado por aquele ninfomaníaco duma’ figa, é problema seu! Mas eu amo minhas pregas e não tô afim de perder elas para aquele infeliz tarado!

Durante todo o meu discurso indignado, o maldito apenas ria.

É hoje que o Titio Belze ganha mais uma alma, é hoje!

Não se preocupe com isso. Você vai amar quando isso acontecer! — Vou amar sim. Vou amar a minha mão pousando na sua cara. — Mas, eu posso pedir pro Chan esperar um pouco, pra você pelo menos se acostumar com a idéia.

Pelo menos eu ganho tempo pra fugir daquele tarado.

Só não garanto que ele aceite. — Riu.

Filho da puta.

— Eu não quero me casar, Baekkie! Eu já estou muito bem aqui, com a minha vida entre os humanos!

Ah, pelo amor de deus, Kyung! — Esbravejou resmungando — Humanos? Você nem fala direito com eles, que eu sei! — Bufei. Se bem que era verdade, eu vivia enfurnado nos meus estudos e, digamos que… Não tinha muito contato social — E, ainda mais, o Chan disse que quer você aqui com a gente o mais rápido possível e já comprou suas passagens.

É o quê?! Aquele infeliz está empenhado à me arrombar o mais rápido possível, só pode!

Ah, mas não vai mesmo!

E as passagens vão chegar aí hoje. O Chan disse que você vai pegar o voo sexta-feira de quatro da  madrugada e vai chegar aqui sábado de manhã cedinho.

É o meu fim!

— Baekkie! — Choraminguei.

Yah, não vai ser tão ruim assim! — Lá vem ele de novo. — Pelo menos você vai voltar pra casa, tá todo mundo com saudades de você. Você não tem saudades de mim? — O tom da voz dele fora choroso, e isso me derreteu brevemente.

Esse desgraçado consegue sempre o que quer.

— É claro que tenho, Baek. Mas isso é dife-...

Ótimo! — Pra onde foi o choro? Falso! — Ah, Soo. Eu tenho que desligar, o Channie chegou! — Ouvi uns resmungos do Baek rindo e mandando Chanyeol se afastar dele. Revirei os olhos. — Ah, escuta! — Lá vem! — O Chan tá mandando dizer que não vai adiantar fugir, porque a gente te encontra rapidinho.

Ah, infeliz!

E desligou.

Rosnei e me joguei na cama, ficando em pé em cima dela e pulando — Igual àqueles perus que dançavam em cima de um carpete quente — e gritando de ódio, enquanto amaldiçoava o maldito cio dos infernos que veio à pouco mais de um ano atrás, juntamente com a minha sentença de morte certa.

Acontece que, quando eu completei quatorze anos, eu recebi a notícia de que havia ganhado a bolsas de estudos que eu havia tentado — Escondido — em uma das melhores escolas de Seoul, e claro, vim pra cá morar com a Tia Seok, que me acolheu muito bem.

Estava tudo numa boa, longe de casa, me sentindo independente e livre, longe das lamúrias e as safadezas do meu querido irmão pervertido, o mesmo que costumava me agarrar e roubar beijos de mim sempre que podia. O cretino até me roubou meu primeiro beijo de verdade — Sim, porque aquele selinho sem graça que eu tive o desprazer de ter aos nove anos de idade com a minha avó míope, não conta. —, e, principalmente, longe daquelas mãos grandes e atrevidas de um certo Park, estava tudo maravilhoso.

Até aquele dia, o maldito dia em que meu corpo parecia querer entrar em combustão, que o meu pênis ficou duro e latejante — E, para a minha desgraça maior, não tinha sido por causa dos mangá yaoi que eu lia escondido de madrugada —, e a minha linda entrada imaculada e enrugada ficou encharcada e liberando um rio Han por ela; E o pior, que o meu cérebro e corpo só pensava em uma coisa: Sexo.

Ou seja, o dia do meu primeiro cio.  E como podem notar, sim, eu virei um maldito ômega.

Não que eu já não soubesse — Até porque, qualquer um que olhasse pra mim e as minhas bochechas coradíssimas com qualquer menção que fosse com o S de Sexo, saberia que sim, eu seria um ômega — mas ainda tinha aquele fundinho de esperança, aquele momento mágico dos meus pensamentos em que eu chegaria em casa — Com meus lindos e chiques óculos escuros e meu nariz empinado — Encararia o maldito Park orelhudo Chanyeol, e diria “E agora parça, ainda quer a minha bundinha?”, aí eu daria uma risada marota e maléfica da cara de taxo que ele colocaria, daria as costas e caminharia de bunda empinada até alguma vadia ômega qualquer e agarraria ela na frente dele. Haha.

Prazer, Byun Do Iludido KyungSoo.

Se bem que não seria uma coisa muito legal… Pegar um bacalhau, sinceramente, não está na minha lista de planos pro futuro, eca.

Mas, voltando…

Titia Seok foi um amor e inclusive me ajudou muito nesse momento da minha vida — Não foi com sexo, seus tarados nojentos —, ela me deu um comprimidinho — Comprimido da praga, ô peste ruim! — e com isso, eu dormi por três lindos dias seguidos, acordando por breves minutos para comer aquela papa horrorosa que a minha tia insiste em chamar de “Comida liquida” e dormir de novo. Quando acordei, só fiz comer alguma coisa, tomar um banho, tomei mais um comprimido — mais amargo que o capeta — dessa vez, para diminuir um pouco os efeitos daquele momento trágico e fui ao médico.

Ele me passou um remédio, depois outro mais forte e depois outro ainda mais forte. Nenhum deles fez efeito e eu já estava quase me jogando da janela do meu quarto, me arreganhando todo e dizendo “Me fode, desgraçado!” pro primeiro que aparecesse. Mas, venhamos e convenhamos, não seria algo muito legal se um humano estuprador, portador de aids ou essas outras bagaças humanas nojentas, e passasse isso pra mim. Socorro, que nojo! Portanto, digamos que eu tive que voltar — pela sexta vez só naquela semana — para aquele consultório, e eu tenho certeza que aquele velhinho de cara enrugada já estava quase me mandando ir pra puta que pariu junto com a minha vontade de foder, por quê não é possível!

Enfim.

Segundo o ancião bondoso — Sim, porque pra aguentar os meus gritos e surtos psicóticos, elevados ao cubo por conta da dor e do calor dos infernos, tinha que ser muito bom esse cara. —, o meu cio era mais forte do que o de ômegas comuns e isso era provavelmente pelo fato de que, muito provavelmente, eu tinha um laço muito direto com os primeiros portadores dessas mutações, provavelmente por parte de mãe, já que o Baek não tem isso e somos irmãos só por parte de pai.  Trágico. E que por isso, os meus remédios tinham que ser bem mais potentes para suportar a carga corporal do meu corpo.

Aquele velhinho vestido de jaleco me entregou um nome rabiscado no papelzinho da receita e eu tive que rodar a baiana para encontrar a porra daquelas ervas emaconhadas. Mas, graças a deus, aquilo conseguiu, enfim, parar com aquela dor do caralho e ainda executou a proeza de camuflar o meu cheiro.

Estava tudo indo nos conformes, escondi a minha classificação de todo mundo — Exceto da tia Seok — por motivos óbvios como: O meu querido e lindo vovô querer arranjar qualquer par de calças para pôr uma cadeia anelar no meu dedo e enfiar um mastro no meio da minha bunda. Inclusive do Baekhyun. 

Porém, como alegria de pobre dura pouco e a minha muito menos, eu tive de parar de tomar aquelas ervas jamaicanas escrotas, por motivos que, aquela porra, se ingerida por muito tempo, podia acabar com a minha fertilidade e, com isso, me impedir de ficar buchudo, dolorido, gordo e vomitando, durante nove meses da minha vida, e que eu passasse longos anos tendo de cuidar de menino melequento e vadia querendo roubar ele de mim; Olha só que maravilha!

Lindo, beautiful, estava tudo numa boa e eu já estava saltitando feliz e vomitando arco-íris com a nova descoberta — Quase enfiando três quilos daquelas ervas logo de uma vez pra ver se acontecia mais rápido — porém, como eu disse, meu momento de felicidade durou breves dez segundos, com a nova frase do médico, morreu rapidinho.

“—… E também, corre risco de perder o paladar e o olfato.”

Socorro. Como é que eu ia conseguir sentir o gosto maravilhoso das minhas rosquinhas gostosas? E como fica os meus maravilhoso X-Tudo recheado com suco de gorduras? Não pode!

Portanto, eu tive que tomar a decisão de parar de tomar aquela porra por míseros três meses me apegando ao fato de que, não tinha como aqueles infelizes descobrirem o meu cheiro em míseros três meses. Ledo engano.

Não deu nem duas semanas e aquele projétil de energúmeno jogou a verdade como um tapa na minha cara com aquela maldita ligação dos infernos, onde ele contou que descobriu o meu doloroso segredo… E claro que eu, reunindo todo o meu poder herdado do titio Lúcifer, fiz o infeliz prometer não contar para ninguém.

Eu devia ganhar o Oscar de maior fodido (não literalmente — Ainda pelo menos. Insira lágrimas de sangue aqui) de todos os tempos!

E a prova disso é o simples — E repugnante — fato de que, eu, com meus míseros dezessete anos, estou casado — Sem consentimento e sem saber de nada, porque os dois espertinhos e safados fizeram questão de só contar depois que a merda fosse feita para que eu não tivesse nem tempo de planejar com o tio Belze a morte súbita-nem-tão-súbita-assim, dos dois — com o meu próprio irmão pervertido e um ninfomaníaco com tara em cus.

— Ah, filhos da puta!

Me joguei na cama e comecei a me debater, chutando lençol, travesseiro, fronha e caralho à quatro.

— Porra! — Gritei. — E-Eu… Estou casado com o Baek e com o… Park Chanyeol?!

Ai. Meu. Cu. Lacrado!

Eu estou… Voltando pra casa?

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